A União Africana, a União Europeia, os EUA e o Conselho de Segurança da ONU exigem que os militares libertem os políticos detidos. Entretanto, a CEDEAO reúne-se esta quinta-feira (20.08) para debater a situação.
Os chefes de Estado das 15
nações que integram a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO) vão discutir, por vídeoconferência, medidas para pôr fim à crise no
Mali. Entretanto, a organização regional já condenou o golpe militar e adotou
sanções, como o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas com o Mali.
A condenação do golpe militar
no Mali foi forte e rápida em vários cantos do mundo, refletindo a preocupação
internacional sobre a instabilidade no Mali e na África Ocidental, de forma
mais ampla, diante dos crescentes ataques de extremistas e a consequente crise
económica, que tem sido um dos motores da migração ilegal para a Europa.
Apelo para uma
solução negociada
Na Alemanha, a chanceler
Angela Merkel disse que a União Europeia está a "trabalhar pela
estabilidade e condições pacíficas no Mali" e que apoia os esforços da
CEDEAO para encontrar uma solução política para a atual crise no país.
Nos Estados Unidos, o
secretário de Estado Mike Pompeo condenou o golpe dos militares malianos e
pediu a proteção dos líderes governamentais detidos.
Por seu turno, a União
Africana suspendeu o Mali do bloco, enquanto o secretário-geral da ONU, António
Guterres, e o Conselho de Segurança da ONU pediram a libertação imediata do
Presidente Keita, do primeiro-ministro Boubou Cissé e outros políticos detidos
pelos militares.
Após uma reunião de emergência
esta quarta-feira (19.08), o porta-voz do secretário-geral da ONU disse que
"o secretário-geral reitera os seus apelos a uma solução negociada e
resolução pacífica e expressa o seu total apoio à União Africana e à CEDEAO nos
seus esforços para encontrar uma solução pacífica para a crise atual”.
Os apelos da junta
militar
Entretanto, a junta no poder
em Bamako apelou esta quarta-feira (19.08) aos malianos a "prosseguirem
livremente os seus negócios" e "retomarem as suas atividades de uma
forma saudável", bem como ao fim do vandalismo, após o golpe de Estado no
país.
O Comité Nacional para a
Salvação do Povo (CNSP) "insiste" que a ação dos militares que fez
cair o Presidente Ibrahim Boubacar Keita e o Governo resultou em "zero
mortes". No entanto, de acordo com informações recolhidas pela DW África,
há pelo menos quatro mortos e cerca de 15 feridos nos distúrbios em torno do
golpe.
Os militares que forçaram a
renúncia do Presidente Ibrahim Boubacar Keita afirmaram esta quarta-feira
(19.09) que pretendem uma "transição política civil" que conduza a
eleições gerais dentro de um "prazo razoável".
Fonte: Sapo
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